segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A seriedade

Se há coisa que aprecio na literatura do Wicca é que a nova geração (e alguns dos mais antigos anciões da comunidade) tem um sentido de humor e percebe que nem tudo tem que ser sempre encarado com uma seriedade mortal. No “reino” da espiritualidade existe a tendência de deixar o ego dominar e acabamos por ter pessoas convencidas do seu próprio valor e da sabedoria das suas escolhas com a mente completamente fechada a qualquer debate ou mesmo um diferença amigável de opiniões – o extremo mais irritante, e talvez mais cobarde, é dos “gurus” que escolhem a dedo as suas verdades pessoais para condizerem perfeitamente com os seus preconceitos para de certa forma poderem moralmente lavar as mãos e não tomar a responsabilidade pelo que no fundo são as suas escolhas e opiniões pessoais e pouco mais. Não há nada mais refrescante que falar com outro wiccan e em vez de ter a formalidade estática típica de tudo o que é religioso por vezes temos apenas uma bem humorada conversa, abordando o sagrado, o profano e o pessoal com igual à vontade, boas intenções e bom senso.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Viver de forma coerente

Resolvi criar este blog num período um pouco complicado da minha vida e talvez isso possa ser um erro mas talvez seja também positivo porque segundo alguns dizem é nos momentos de pressão que revelamos o nosso Ser mais profundo. Estava hoje a regressar a casa de transportes públicos (sim é verdade tenho mais de 18 anos e nem carta tenho, um português invulgar sem dúvida) e enquanto estava encostado à parede a pensar na minha vida dei-me conta de que a minha vida não estava a ser guiada pelos valores correctos. Adoptar os sinais exteriores de uma religião é algo sem significado se negamos o legado espiritual e emocional que está associado. Como wiccan que me considero recuso deixar a minha vida seja dominada por interesses materiais. Não que haja algo errado com ter uma vida confortável mas não é esse o objectivo primário da vida. Esquecemos a solidariedade, a amizade, o amor, a honra e todo o leque de valores que deveria compor uma existência normal para perseguirmos o efémero euro. Quando fazemos avaliações da nossa vida, como eu hoje estava a fazer no metro, devemos avaliar o nosso valor humano e espiritual e não as metas financeiras que atingimos ou falhamos. Talvez seja por isso que haja tanta gente deprimida e frustrada? Talvez estejam a colocar importância existencial nos sítios errados. Penso que a noite de hoje será uma boa altura para pedir conselhos à Deusa e ao Deus sobre a forma de corrigir um pouco o rumo que estava a dar às coisas.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Introdução

Para quê perder tempo a escrever o que nos vai passando pela alma e pelo coração a uma plateia de estranhos? Para já este espaço é um diário do que este wiccan (nunca sei qual será a tradução correcta do inglês wiccan por isso mantenho o original) português vive todos os dias e como se relaciona com a sua religião e a sua vida. Se tiver sorte será a forma de ir falando com outros wiccans portugueses para trocar umas opiniões, enfim constituir uma comunidade. Não sei o que irá ocorrer a partir daqui mas tenho a certeza que será uma experiência positiva :)